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Gabriela Araújo
Publicado em 13 de junho de 2025 às 06:00
A economia circular, conceito que propõe a reintegração de resíduos no ciclo produtivo em vez de descartá-los, vem ganhando espaço em diferentes setores da Bahia. Iniciativas que buscam reduzir desperdícios, reutilizar materiais e diminuir emissões de gases de efeito estufa têm se consolidado como alternativa inteligente e rentável para empresas, indústrias e empreendedores locais. >
Diferente do modelo econômico linear, baseado em extrair, produzir, consumir e descartar, a economia circular aposta na ideia de que todo resíduo pode se transformar em recurso, prolongando a vida útil de produtos e matérias-primas e minimizando os impactos ambientais. >
De acordo com Ana Virgínia Terranova, consultora especialista em meio ambiente e sustentabilidade, entre os principais benefícios ambientais oriundos da economia circular estão a redução na extração de produtos minerais, diminuição de resíduos e poluição, redução na emissão de gases do efeito estufa, economia de energia, proteção dos ecossistemas e da saúde humana, além da promoção da biodiversidade. >
Ana Virgínia Terranova,
especialista em meio ambiente e sustentabilidade.Em território baiano, essa lógica já vem sendo aplicada em setores diversos. Empresas têxteis reutilizam fibras e retalhos para fabricar novos produtos, startups apostam na logística reversa de embalagens e iniciativas públicas criam ecopontos e centros de reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos. Na indústria, um dos exemplos mais robustos da economia circular no estado vem se destacando com a Tronox, empresa instalada no Polo Industrial de Camaçari e líder mundial na produção de pigmento de Dióxido de Titânio (TiO2).>
A companhia é responsável por desenvolver um projeto de reaproveitamento do Minério Não Reagido (MNR), um resíduo gerado durante seu processo produtivo e que, antes, era destinado a aterros industriais. A iniciativa consiste, essencialmente, em transformar o resíduo do minério não reagido (MNR), oriundo do processo de fabricação do dióxido de titânio, em um subproduto com aplicação na construção civil.>
Gabriel Medina Ataíde,
líder de Meio Ambiente da Tronox.Ainda segundo Medina, cerca de 10% da geração mensal do subproduto é enviado pela Tronox para uma empresa de produção dos artefatos e concreto, tendo esses aplicados na produção de tijolos e pisos intertravados que serão usados na construção civil. >
"Nosso desafio agora é aumentar o percentual de aplicação nessa rota ou em outras aplicações, de modo a eliminar o envio desses resíduos para aterros industriais em um futuro próximo", acrescentou o líder de Meio Ambiente da empresa. >
Além de reduzir significativamente o volume de resíduos enviados para aterros industriais, espaços cada vez mais limitados e ambientalmente sensíveis, a prática de reaproveitamento do MNR também favorece a diminuição da exploração de recursos naturais. Isso porque o subproduto, oriundo do processo industrial, substitui parte dos insumos tradicionalmente extraídos da natureza para a fabricação de materiais de construção, como areia e brita, reduzindo o impacto sobre ecossistemas e áreas de mineração. >
O Projeto Mundo Sustentável é uma realização do jornal Correio com patrocínio da Tronox e da Unipar. >