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Carol Neves
Publicado em 13 de junho de 2025 às 10:13
O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso nesta sexta-feira (13) em Brasília, no contexto das investigações que apuram uma tentativa de fuga em meio à apuração em relação à tentativa de golpe após as eleições de 2022, segundo a Polícia Federal.>
Poucas horas antes, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado também havia sido preso por suspeita tentar ajudar Cid. De acordo com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), há indícios de que Machado tentou intermediar a emissão de um aporte português para Mauro Cid, com o objetivo de facilitar sua saída do Brasil.>
Segundo os investigadores, a tentativa de obtenção do aporte teria ocorrido em maio de 2025, por meio do Consulado de Portugal em Recife (PE), com envolvimento direto do ex-ministro. Já a Polícia Federal aponta que, desde janeiro de 2023, Cid já buscava alternativas para conseguir a cidadania portuguesa, como mostram arquivos encontrados em seu celular.>
Cid itiu que solicitou cidadania portuguesa em 2023, mas negou saber que Machado estava tentando obter o documento para ele. A defesa dele diz que o pedido foi em 11 de janeiro de 2023, logo depois dos atos do 8 de janeiro. O pedido foi feito "única e exclusivamente" porque a esposa e filhas de Cid já têm a cidadania, segundo o advogado Cesar Bittencourt.>
Tentativa de golpe>
Tanto Mauro Cid quanto Jair Bolsonaro e outras 29 pessoas são réus em um processo conduzido pela PGR que investiga uma articulação golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente em 2022. A tentativa envolveria ações para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas.>
As prisões desta sexta-feira são parte do avanço das apurações sobre esse núcleo de aliados próximos ao ex-presidente. Mauro Cid já vinha colaborando com a Justiça em outros inquéritos e esteve no centro de investigações anteriores que envolvem, entre outros temas, o uso irregular do cartão de vacinação e a venda de joias do acervo presidencial.>